quarta-feira, 3 de outubro de 2007

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Narcissic Private Eye




Título - Narcissic Private Eye
Autora - Ana Neves
Técnica - Fotografia s/papel
Data - 2007


Nas duas imagens os vectores visuais dirigem-se para a imagem reflectida no espelho, assumindo esta, destaque, relativamente ao envolvente. O espaço apresentado é reduzido, no intuito de provocar uma circunstância de proximidade e intimidade.
“Narcissic”, cuja tradução para português significa narcisico remete para o carácter contemplativo da autora sobre si própria. A minha intenção consistiu numa representação segundo este ponto de vista. Levei a ideia do narcisismo ao extremo, chegando ao momento em que a minha imagem se passa a reflectir sobre objectos do quotidiano, neste caso uma chávena de chá. Deste modo pretendi transmitir uma certa alienação da parte de quem se projecta em tudo o que o rodeia, o que acaba por ser também uma pequena paródia. As palavras narcisismo e narcótico derivam da palavra grega “narke”, que significa entorpecido.
A lenda de Narciso contada por Ovídeo narra a história da ninfa Eco e da sua paixão por Narciso. Este era muito belo e, sobrevalorizando-se, rejeitou a afeição de Eco. Esta definhou restando-lhe apenas a voz, que repetia as palavras finais dos outros, dificultando-se assim, ainda mais o diálogo entre os dois. A deusa Nemésis aplicou um castigo a Narciso, condenando-o a apaixonar-se pelo seu próprio reflexo na lagoa de Eco.
Encantado consigo próprio e indiferente a tudo, não se conseguiu afastar do seu reflexo. Acabou por morrer de inacção. No local nasceu a flor chamada narciso.
A referência a esta atitude narcísica dirige-se ao egocentrismo para a auto-representação.
“Private Eye” em inglês significa detective privado, diz-se detective privado (à letra, “olho privado”, ou seja, aquele que “espreita”)» «...o olho do homem que projecta o seu olhar para o mundo exterior e exige que o mundo se lhe revele.» Paul Auster (Trilogia de Nova Iorque) Esta parte do trabalho refere-se mais a uma tomada de posição dirigida ao observador que, inesperadamente, passa a observado. Pode também ser considerada uma crítica à situação voyeurista que se vive actualmente; à invasão de privacidade que, por vezes usa o pânico dos atentados, etc..., como desculpa. Para além destas motivações, esta atitude observadora da personagem que surge nas fotografias e no vídeo retrata-me com um maior grau de intimidade e semelhança.




Cloud Stories II







Título - Cloud Stories
Autora - Ana Neves
Técnica - Aguada e Esferográfica s/Papel
Data - 2007






segunda-feira, 25 de junho de 2007

Cloud Stories







Título - Cloud Stories
Autora - Ana Neves
Técnica - Esferográfica s/Papel
Data - 2006/2007




A minha intenção para o trabalho partiu da inspiração humana em ver coisas onde elas não existem. Passo a explicar e exemplificar:
Existe no Homem a necessidade psicológica ou capacidade criativa de atribuir formas concretas a imagens abstractas. Tem como tendência auto-projectar-se no mundo que o rodeia e reconhecer em algo aparentemente comum e banal imagens próprias. Isto acontece quando um observador contempla um quadro abstracto e “vê” nele figuras humanas ou quando alguém reconhece, por exemplo, rostos nas nuvens.
O meu método de trabalho perante este assunto partiu de uma recolha de elementos fotográficos, cujas imagens foram usadas como estímulo ao surgimento do desenho.
Desta forma, estou também a dar continuidade a um género de desenho relaxado e quase inconsciente que me tem vindo a interessar ao longo do meu percurso individual – os doodles. Esses desenhos surgem do aborrecimento e da tentação do papel, por exemplo à beira do telefone, que induz ao acto de riscar alheadamente.
Os desenhos resultantes de todo este processo pretendem, por sua vez, estimular a imaginação do observador, levando-o a criar a sua história.



sábado, 16 de junho de 2007

Exposição Itinerante II (work in progress)







Título - Exposição Itinerante
Autora - Ana Neves
Data - 2006/2007
Dimensões - variáveis

terça-feira, 29 de maio de 2007

Desvanecimento Memorial







Título: Desvanecimento Memorial
Autora : Ana Neves
Ano: 2007
Técnica: Técnica Mista em cortina de casa de banho
Dimensões: 184 x 172 cm






A obra utiliza como suporte uma cortina de casa de banho - rapidamente associada a hábitos quotidianos de higiene e de intimidade. Pretendi remeter o observador, para esse espaço de privacidade. Simultaneamente existe uma representação de outrém, feita através dos objectos a essa personagem associados. O aspecto mais caótico da superfície inferior, deve-se ao desvanecimento da pintura, por acção da água – metáfora para o desvanecimento da memória. A memória como evocação do passado, refere-se também à acção do Tempo sobre nós. Segundo Marcel Proust, a memória é a garantia da nossa identidade, uma vez que reúne o nosso passado ao que somos. É inseparável da consciência do tempo, da sua percepção como algo que escoa ou passa. O tempo implica sempre uma duração limitada, uma oportunidade de vivência. A memória e a própria criação artística são uma afirmação de existência.
A memória faz parte dessa consciência. Esquecer, é sempre perder alguma coisa. Por outro lado o esquecimento é também necessário ao equilíbrio psicológico. A memória é uma das formas fundamentais da existência humana, fundamental para a individualização e identidade.


segunda-feira, 21 de maio de 2007

Cena de Parede (work in progress) - em acção...







Cena de Parede (work in progress) - em acção...
O Papel de Parede agradece a Sara Leão pelo registo fotográfico.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Espera




Título - Espera
Autora - Ana Neves
Data - 2007
Técnica - Fio s/fotografia a preto e branco
Dimensões - Cada Fotografia - 25 x 16,67 cm



Os trabalhos que se seguem tem como tema o acto de esperar. São um retrato possível da espera. Enquanto esperamos estamos sujeitos ao passar do tempo e o que fazemos com esse tempo é variável. (A criação é sempre uma afirmação, uma tentativa de sublimar.) Faço metáfora com a condição humana. Parti da história clássica de Penépole aguardando por Ulisses para traduzir a espera. As pessoas que passaram pelo espaço público e que representam, simultaneamente as diferentes horas do dia estão desenhadas por linhas de cores diferentes.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Doodles - Estrutura I, II, III








Título - Doodles - Estrutura I, II, III
Autor - Ana Neves
Data - 2003/2004
Técnica - Instalação
Dimensões - variáveis


Comecei por fazer uma recolha de doodles meus e de outros que depois foram reunidos constituindo um todo. Os doodles estavam recortados numa forma específica que pretendia remeter para a função terapêutica deste desenho que alivia a tensão dos momentos de tédio. A forma escolhida pretendia lembrar cápsulas medicinais. Os doodles encontravam-se dentro do contorno de uma figura que falava ao telefone e desenhava ( estrutura I) ou de alguém que desenhava numa postura um tanto desanimada ( estrutura II e estrutura III).

terça-feira, 8 de maio de 2007

Cena de Parede (work in progress)







Título - Cena de Parede
Autor - Ana Neves
Técnica - Colagem
Dimensões - Variáveis
Data - 2007


A minha intenção foi transportar para o espaço exterior do meio urbano um material (papel de parede) usualmente associado a uma esfera privada e interior. A utilização deste material é, simultaneamente, um acto crítico às manifestações artísticas meramente decorativas. As formas pretendem remeter para uma cena a ocorrer no interior de uma casa, existindo também uma referência ao voyeurismo.

domingo, 6 de maio de 2007

Ideia, desmaterialização, repetição, agora

A arte conceptual transformou a arte em algo mais do que contemplação, antes no levantamento de questões, que podiam ser a respeito da própria arte. Reagiu contra a acomodação da arte ao pretender uma subversão da galeria ou do museu como local determinado para a arte e contra o mercado da arte como dono e distribuidor da arte. A crise do modernismo e aparição da arte conceptual foi assinalada pelos Quadros Negros de Frank Stella. Estes trabalhos foram defendidos pelo escultor minimalista Donald Judd e pelo crítico modernista Michael Fried, mas por motivos diferentes. Para Fried a obra conseguia uma tradução de uma forma nova que induzia no espectador a convicção do valor estético, para Judd o trabalho tinha atingido um grau de abstracção tal que ditava o fim da pintura. A atitude de Stella visava a passagem para um plano tridimensional e introduzia o minimalismo – desprovido de composição e de trabalho manual. Daqui efectuou-se a aproximação à arte conceptual, com predomínio das ideias. O denominador comum passou a ser a atitude reflexiva do artista e o questionamento do medium, com base nas teorias de Duchamp e na atitude purista de Ad Reinhardt e Yves Klein. Os artistas conceptuais analisaram a abstracção, parodiando-a. Mel Ramsden fez uma tela, em 1968, que tinha sobre um fundo cinzento, a stencil, os números “94%” e “6%”. A mesma tinha o título de 100%Abstracto. Antes, criara Secret Painting – consistia numa obra composta por duas partes, um quadro negro e um texto onde se lia: “O conteúdo desta tela é invisível; o carácter e as dimensões do conteúdo, que só o artista conhece, destinam-se a ser mantidos em permanente sigilo.” A ideia conquistava o seu lugar. O que se começava a constatar era a afirmação de Kosuth, segundo a qual: «as verdadeiras obras de arte são as ideias.» Ocorreu uma tendência para a desmaterialização da obra de arte. A repetição surge na arte conceptual pela ausência de autoria artística artesanal. Como exemplo desta atitude aparece o trabalho de Sol LeWitt – os seus trabalhos são fabricados por assistentes que trabalham de acordo com as instruções dadas pelo artista. No entanto a valorização da ideia não rejeita a componente mística da arte, como podemos ler nos seus Aforismos sobre a Arte Conceptual, de 1969 : « Os artistas conceptuais são mais místicos que racionalistas. Chegam a conclusões que a lógica não consegue alcançar. Os juízos racionais repetem juízos racionais. Os juízos ilógicos levam a novas experiências.» O uso desta estratégia repetitiva tornou-se numa espécie de meditação sobre o Tempo que transpôs continentes – compreensível pela universalidade da temática. Dentro deste tipo inserem-se os trabalhos de On Kawara. Telas pintadas à mão com a data do dia em que foram feitas – Date Paintings, séries com a hora a que se levantou - I Got Up, com as pessoas que conheceu – I Met, telegramas que informam as pessoas da sua existência – I Am Still Alive. A leitura destas obras pode remeter para o campo do sublime, caso sejamos capazes de sentir mentalmente o significado destes trabalhos, pela percepção do carácter limitado da vida humana face ao ilimitado de que pode ser exemplo o Tempo. Do mesmo modo remetem-nos para o banal do quotidiano, ou para uma simples linha de produção. Será melhor dizer: a partir da humildade de uma tradução seriada que representa a nossa ignorância e limitação remetem-nos para o sublime que nos esmaga, porque não o podemos conter/compreender, revelando-se assim infinito e ultrapassando-nos. A arte conceptual encara o Homem como ser pensante, em alguns casos revelando a ausência de necessidade de este perder tempo com a execução do trabalho e devendo-se concentrar na ideia. Para a aproximação deste tipo de arte ao público existe uma grande dependência do texto, ou discurso. As preocupações da arte conceptual são tidas por artistas actuais, ideias de anti-acomodação, crítica social e política, ideias/informação,...É exemplo contemporâneo o grupo liderado por Damien Hirst – Young British Artists, para o qual o objecto criado não é a obra de arte e não precisa de perícia artística para a sua realização. Ao mesmo tempo, surgem atitudes face à arte que revalorizam a pintura, como o Triunfo da Pintura – exposição que se realiza em Londres na galeria Saatchi, anteriormente conhecida por apoiar artistas conceptuais, como Hirst ou Tracey Emin; e a atribuição do prestigiado prémio Turner a uma obra de pintura. Curiosamente, o prémio foi entregue por Yoko Ono. Poderá isto ser interpretado como, mais uma passagem de testemunho, tal como a cedência por parte de DeKooning de um desenho a Rauschenberg para ser apagado? Ou será apenas uma estratégia de divulgação da pintura, por parte dos comerciantes de arte? A. A.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Exposição Itinerante (work in progress)







Título - Exposição Itinerante
Autora - Ana Neves
Data - 2006/2007
Dimensões - variáveis










Procurei utilizar uma linguagem visual própria conciliando o acto de riscar com o carácter de carta. Os trabalhos apresentam-se fragmentados com uma simbologia codificada, que surge de forma consciente ou não. Tal deve-se à intenção de livre circulação deste trabalho por várias pessoas. Planeei abordar conceitos de intimidade, identidade, privacidade, voyeurismo ( uma carta é usualmente pessoal e intransmissível). Ao mesmo tempo iniciei uma viagem, percurso, por destinos que não estão pré-definidos e articulei questões sobre os meios de comunicação e a globalização, de forma implícita.
Ao enviar o envelope quis criar um meio que me possibilitasse a partilha e divulgação do meu trabalho para a fruição de outros. Estamos perante parte de uma exposição itinerante e princípios de democratização da Arte.

Título – open the other side ( mala )







Título – open the other side ( mala )
Técnica – papel autocolante colorido sobre parede
Autor – Patricia Geraldes
Data – 2007

A mesma personagem surge em diversas posições explorando a melhor forma de utilizar uma mala, recusando obter do objecto apenas a sua funcionalidade e procurando atribuir-lhe outra utilidade. Na série open the other side são abordadas sobretudo questões acerca do comportamento mecanizado que surge nas pessoas face ao que as rodeia, apontando para uma pluralidade de possibilidades que se encontram ao transpor o traçado da fronteira do que nos é indicado.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Ainda à Espera








Título - Ainda à Espera
Autor - Ana Neves
Data - 2007
Técnica - Fotografia a cores s/papel
Dimensões - Variáveis

Os trabalhos que se seguem têm como tema o acto de esperar. Trato o Tempo como sujeito principal, abrindo relação com a condição humana. A passagem do Tempo, acontece, neste caso, traduzida pelo decorrer dos anos. Manifestando-se, este, sempre no mesmo local. Cada imagem corresponde a um momento (infância, adolescência ou idade adulta). Simultaneamente as fotografias revelam parte da intimidade de alguém, uma vez que a pessoa retratada é sempre a mesma.
(Os trabalhos foram realizados no âmbito do Mestrado de Criação Artística Contemporânea da Universidade de Aveiro.)







Título – amor invisível
Autora - Patrícia Geraldes
Técnica - Pasta de moldar sobre árvore
Dimensões - variáveis
jardim da Rotunda da Boavista, Porto



Partindo da ideia de deixar declarações amorosas gravadas nas árvores, traduzi excertos de poemas de amor de autores portugueses para Braille, criando assim desenhos nas árvores cujo o significado não é imediatamente perceptível.

terça-feira, 1 de maio de 2007

Álbum






Título- Álbum
Autor - Ana Neves
Data - 2003
Técnica - Ecoline e esferográfica s/papel

Dimensões - 33 x 24,4 cm

Este trabalho debruça-se sobre o tema do corpo. Mais especificamente as “marcas do corpo”, marcas deixadas pelo corpo sobre os objectos depois da presença desse, marcas que serão suas testemunhas pela alteração que ocorreu depois da existência ou assistência duma pessoa em determinado lugar.
A forma visual directa de transmitirmos a noção de alguém efectua-se, naturalmente, através do seu aspecto físico, do registo do seu corpo. A minha intenção porém, não é a captação directa do corpo na imagem. Pretendo antes remeter para essa ideia de corpo pela sua própria ausência.

Papel de Parede










Título- papel de parede
Autor- Patricia Geraldes
2007
Nesta intervenção fiz uma ligação de duas linguagens distintas, o graffiti que é usualmente tido como uma arte marginal e a utilização de molduras douradas que habitualmente apresentam
uma pintura elitista, este trabalho é apresentado ao público nas ruas do Porto do mesmo modo que seria num museu ou uma galeria
de arte, fazendo-se acompanhar da ficha técnica.
Resultou particularmente bem na rua das galerias - Miguel Bombarda.